Mãe!


Chega o nego entre a viagem

fora do abraço quente da noite,

a noite das formas todas.

Ela era só uma mulher jovem.

Uma manhã tão fresca

que ainda a grande saudade

não havia espaço, ao lado dos olhares.

Mas manhã é círios apagados,

gasta tudo o sol derramado,

e o peso do corpo, da inocência,

aumenta ao ritmo da raiz da vida.

Ela vai ser o barro do nascente,

em torno do olhar, gota gota,

dos primeiros sonhos.

Pra ela esse nego é fresco veneno,

as palavras que aceitou de um menino.

Uma vez ela era miúda;

a vida, tão rápida, muda.

Chega o nego mas já sem ninho.

A mão acaricia em círculo.

A mulher não aceita o título.

A mãe vai ser túmulo. 


DIMENSIONI

 cm 45×62 ca.

MATERIALI

legno, acrilici

NUMERO D’ARCHIVIO

37


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